2.1.13

Governo injecta 1100 milhões no Banif

Banca já recebeu 6,7 mil milhões da ‘troika’
e de fora está ainda o ‘buraco’ do BPN

O ano passado fechou também com um comunicado do Ministério das Finanças enviado à CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários: O Estado vai gastar 1100 milhões de euros numa operação disposta a recapitalizar o Banif. Esta verba acresce aos 5600 milhões de euros que foram introduzidos no sistema bancário português através do Programa de Assistência a portugal.

A operação – que estará concluída até ao final de Janeiro - incluirá a subscrição de 700 milhões de euros em acções especiais e 400 milhões de euros em instrumentos de capitais elegíveis para 'Core Tier '1, que serão emitidos pelo próprio Banif.
 O Banif é a quarta instituição financeira a recorrer a fundos públicos. BCP, BPI e a Caixa Geral de Depósitos foram os bancos que o fizeram anteriormente.
O recurso da banca ao dinheiro que o País recebeu da ‘troika’ eleva-se a 6,7 mil milhões de euros. No entanto, a esta verba deve-se somar o montante dos prejuízos do BPN assumidos, que devem ascender a mais de 6 mil milhões de euros.
Em termos práticos, isto significa que os deslizes da banca portuguesa vão custar aos cidadãos contribuintes mais de 12.700 milhões de euros.
Naturalmente que dentro destes valores se encontram créditos mal parados, dos portugueses comuns que não conseguem liquidar os seus compromissos pelos mais diversos motivos, entre os quais o fenómeno do desemprego que atinge números alarmantes e é transversal a todos os níveis sociais. Mas as dificuldades da banca também se devem à fraqueza da gestão daquelas instituições, às opções de investimento feitas com os seus activos. Já no ‘Caso BPN’ a questão central são os créditos mal parados de clientes ‘especiais’ a quem, agora, se perdoam dívidas de milhões como as de Duarte Lima e do antigo guarda-redes Vítor Baía.
De qualquer modo importa recordar que este montante destinado a salvar o bem-estar da banca ultrapassa em mais de três vezes, o valor necessário em reduzir a despesa pública, quase de imediato, que se cifra nos 4 mil milhões de euros.
No meio de todas estas contas, importaria que os contribuintes portugueses, individualmente ou colectivamente, que serão os únicos chamados a pagar estas contas desastrosas, pudessem conhecer a real divida global e detalhada do Estado e as verdadeiras opções e prazos que o governo estipulou para si mesmo em solucionar as dificuldades que o País atravessa. Também passarmos a saber sobre as previsões e metas temporais para o real crescimento da economia nacional, sem o qual não haverá, seguramente, forma de liquidar os montantes envolvidos no Programa de assistência Financeira da ‘troika’.

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