21.12.11

Querem a verdade ou a mentira?


Quem segue este blogue e a vida a política sabe bem que não foi o PSD, nem Passos Coelho que apoiei nas últimas eleições. Na altura, disse e escrevi que não me parecia que Passos Coelho fosse o melhor candidato para ocupar o cargo de Primeiro-Ministro, mas mesmo não tendo mudado de opinião, a verdade é que estou agradavelmente surpreendido com a forma que tem exercido esta difícil tarefa.

Não estou cem por cento seguro que as medidas que estão a ser aplicadas, as quais são bem duras para todos nós, terão os resultados pretendidos, abrir o caminho para salvar Portugal. Isso em consciência só mais tarde o saberemos, mas uma coisa é certa, este governo e o Primeiro-Ministro têm tido uma postura de seriedade e transparência que me apraz registar. Não é fácil, não é simpático e custa vir a público anunciar o corte nos salários, aumentos nos custos e nos impostos, a recessão que aí vem e a perspectiva que há quanto ao aumento do número de desempregados, etc.,etc..

Cientes os Portugueses (peso eu), das dificuldades em que o País se encontra, parece que às vezes que alguns gostam que não lhes seja dita a verdade ou inclusivamente que lhes mintam. Vem isto a propósito da questão que tem sido muito falada, "a imigração que foi sugerida aos professores por Passos Coelho ", vejamos:

- Muitos foram aqueles que tiraram um curso superior e que ao não encontrarem trabalho nas profissões que desejavam, tiveram, como recurso e não por vocação, de se candidatar à profissão de professor;

- O aumento do desemprego em todas as áreas, provocou uma ainda maior procura de pessoas licenciadas por uma vaga como professor;

- A diminuição gradual a que temos assistido da taxa de natalidade e o consequente envelhecimento da população, diminui o número de alunos e consequentemente a quantidade de professores que são necessários;

- O fenómeno do envelhecimento ainda mais acentuado da população do interior, adicionado aos fenómenos da imigração, fizeram com que haja uma maior concentração do alunos das zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, os quais tem escolas com elevado número de alunos, o que permite rentabilizar melhor os professores;

- As dificuldades financeiras com que o País se depara obrigam o Governo a acelerar com a rentabilização dos recursos e com o corte das “gorduras”;

- A evolução que tem havido ao nível do conhecimento e daquilo que são as necessidades do mesmo no futuro, obriga a que as matérias leccionadas sejam alteradas, sendo assim necessário fazer reajustamentos. Fruto disso, serão necessários mais professores em determinadas disciplinas e dispensados outros, noutras disciplinas;

Tudo estes factores contribuem objectivamente para que haja um excesso enorme de professores, ao qual o Governo não tem, nem terá a curto prazo, como é fácil de compreender, capacidade para resolver. E não nos podemos esquecer que cada professor que é colocado numa escola é pago por todos nós e estar a colocar professores que não são necessários, só para lhes garantir um ordenado, é algo que não é aceitável e que não pode acontecer.

Portanto, se Passos Coelho tivesse dito que este problema ser resolvido e que os professores iriam ser todos colocados a dar aulas, tinha mentido. E mentiras como essas, ou como a tal da criação de 150.000 novos postos de trabalho, são inaceitáveis e já estamos todos fartos (eu pelo menos estou).

Se alguém encontrar solução para este problema, demonstrando a forma de colocar os professores todos a dar aulas em Portugal, sem que se criem custos desnecessários para o erário público, faça o favor de dizer, que eu encarregar-me-ei de a fazer chegar a quem de direito. Até lá, a razão está com o Governo e com Passos Coelho.

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