26.4.11

Toca o alarme

A crise está longe de ter sido motivada pelo chumbo o quarto Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC IV). A reestruturação da divida complica-se, tanto mais que se assumiu que o deficit de 2010 ultrapassou os 9 %, situando-se nos 9,1 pontos percentuais.
Os juros das Obrigações do Tesouro português a 2 e 5 anos subiram hoje ao máximo histórico de 11,701% e 11,889%, respectivamente. Mas o sinal de alarme maior aconteceu com os juros de dívida gregos a 2 anos que ultrapassou, hoje, os 24%. Simultaneamente, a “yield” irlandesa da mesma madureza passou os 12%.
Porventura estamos na hora de confrontar todos os agentes dos mercados financeiros e perceber até que ponto são credíveis e por que sucedem estes anúncios das agências de rating. Afinal de contas, qual é o papel do Banco Central Europeu e da própria União Europeia. Também poderemos questionar o que esperar do Fundo Monetário Internacional, organismo das Nações Unidas de que somos associados. Assiste-se a uma quase humilhação de economias débeis de países com graves problemas sociais com um crescente aumento do desemprego e da pobreza, particularmente de Portugal e da Grécia.
Naturalmente que no caso português pesou a revisão, em alta, do deficit relativo ao exercício de 2010, que subiu para os 9,1%, situação originada na contabilização das despesas com investimentos em, pelo menos, três parcerias público-privadas (PPP). Mais uma vez se demonstram os erros de fazer obra pública com dinheiros privados porque as verbas a transferir para os parceiros são, em regra, demasiado elevadas para a capacidade do próprio Estado.
Estes sinais de alarme não são acompanhados com intervenções conclusivas dos responsáveis portugueses e abrem portas à desconfiança dos cidadãos e a um alarmismo sem precedentes, mas para já infundado, a avaliar pelas questões que se colocam com maior pertinência como a do pagamento ou não do subsídio de férias aos funcionários públicos.

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