21.12.10

O Máximo da Trapalhada ou A Trapalhada do Máximo? (2)

O post anterior teve origem nesta odisseia.

Por norma nesta altura do ano, tal como muitos dos portugueses, aproveito comprar umas lembranças, para oferecer a clientes e funcionários da empresa.

Tento sempre oferecer algo que gosto e que além disso tenha um significado pessoal. Há muitos anos que o faço, este ano, embora não seja a primeira vez, resolvi, oferecer a algumas pessoas uma tigela de Marmelada de Odivelas. Desta vez não foi feita por mim, não tive tempo para fazer grandes quantidades, mas pelo esforço que tem sido feito por inúmeras pessoas e entidades, resolvi comprar a que os marmeleiros de Odivelas fazem, esta é também uma forma de os promover.

Hoje a Assembleia Municipal, contrariamente ao previsto, acabou mais cedo. Podia ter ido directamente a qualquer uma das casa que actualmente produz e vende Marmelada, mas não, para poder comprar um pouco de cada um, fui à Loja da Marmelada que está no Odivelas Parque.

Assim foi, cheguei à loja comecei a fazer contas das tigelas que ia precisar e passado um tempo pedi-as à senhora que lá estava. Havia só meia dúzia de tigelas, pelo que para completar a minha encomenda tive que escolher também umas caixas de cinco (?) barras. Até aí, embora desgostoso de não levar o que queria, tudo bem; contingências do mercado e da gestão de stock´s.

Composta a encomenda chegou a hora de fazer contas. Perguntei quanto era, fiquei um pouco aterrorizado, mas tudo bem, quem quer qualidade, pode ter que se sujeitar a pagá-la; também, pese o facto de não concordar com a exorbitância do preço, não é por aí que vou.

A trapalhada começa a partir daqui.
Perguntei se tinha multibanco e a senhora, amavelmente disse-me que não. Já não achei tão normal, mas um pouco contrariado, sem que o manifestasse, lá fui à caixa levantar umas tantas notas. Efectuada uma operação de levantamento em caixa automática, algo que nunca gosto de fazer com o cartão da empresa, lá fui pagar a marmelada.

Paguei a conta e como é óbvio, porque era para oferta da empresa, pedi uma factura, aqui é que se “entorna o caldo”. Então não é que a senhora me diz que só pode passar uma das três facturas que tinham que ser feitas para aquela encomenda e mais, diz-me que as outras teriam que ser enviadas a posterior por correio.
Incrédulo com o que estava a ouvir, perguntei o motivo de coisa tão inédita. A resposta não se fez esperar, cada marmeleiro tem que passar a sua factura e como estamos aqui, “um de cada vez” em regime rotativo, eu só tenho cá as minhas, portanto só posso passar a factura dos meus produtos. Acrescentou, as outras (eram mais duas) seguirão por correio.

Para mim, aquilo era muita “marmelada para a minha cabeça”, retirei das minhas compras os produtos de um dos marmeleiros, os que estavam embala dos nas caixas de 5 (?) barras, acertei as contas e fico a aguardar que a outra factura chegue por correio.

Entretanto, enquanto acertava e não acertava as contas, reparei que nada daquilo é registado, não era feito qualquer movimento de caixa, pelo que a partir daí, no que ao fisco diz respeito, fica ao critério da seriedade de cada marmeleiro, mas que tem ali tudo o que necessita para não declarar a venda,.... lá isso tem.


Porque estranhei muitos dos procedimentos fiz algumas questões:

- Pagam alguma verba para estarem aqui a vender e a promover os vossos produtos?

- Há algum protocolo, contrato, papel escrito, entre os marmeleiros e a Câmara, tanto no que se refere ao facto de estarem aqui, como ao facto de utilizarem a marca “Marmelada Branca de Odivelas”?



Nota: No meio disto vi fixado na parede cópia deste post.

1 comentário:

Carla Rodrigues disse...

Excelente texto! Só é pena os factos serem tão tristes...