31.12.10

De borla, à grande, mas sem champagne francês

A cerca de meia hora de saltarmos de ano e já com meio mundo em 2011, resta-me um momento de maior humor. De vos anunciar que via satélite percebo que mudar de ano no Brasil é mais quentinho sobre todos os pontos de vista.

Ainda melhor festejar de borla, desde o voo no privado avião pago por todos nós até às melhores iguarias provavelmente a troco de uns bilhetes da divida pública.

Fantástico, nós portugueses estamos entre as 130 personalidades de outros países que se fazem representar na tomada de posse de Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita para presidente do Brasil. Talvez por isso mesmo a cerimónia é amanhã dia 1, dia do Novo Ano (…) caso para dizer que no Brasil Ano Novo Vida Nova.

Mas o mais importante é a nossa diplomacia a funcionar:

Estão a comer pargo português no forno recheado com frutos tropicais;

Segue-se um peito de faisão recheado também com amêndoas nacionais de Trás-Os-Montes e ameixas de Elvas, com molho de ervas aromáticas da quintarola da tia do Pinóquio, daquele boneco animado muito português;

Não há champagne francês mas um Raposeira Reserva da Casa de Lamego;

Os brancos e tintos são vários todos das melhores casas portuguesas, da garrafeira de José Sócrates e de Hugo Chávez, exactamente do presidente da Venezuela que as vai coleccionando cada vez que cá aterra para comprar computadores Magalhães.

É mesmo tão bom estar longe e tão perto ao mesmo tempo (?!)

Afinal de contas o nosso primeiríssimo vai assistir à tomada de posse de uma irmã brasileira mas que, a avaliar pelo nome, não tem com toda a certeza antepassados portugueses.

De qualquer forma da próxima vez temos de estar atentos para dar lugar a outros representantes da Nação Portuguesa

José Maria Pignatelli

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