4.7.10

Novos Certificados do Tesouro (versus) Certificados de Aforro


Agora mais uma novidade, com a crise das finanças públicas e com a subida do risco soberano de Portugal o nosso Estado (Providencia), só agora percebeu que, a par com o aumento de impostos, seria melhor procurar soluções de financiamento atraindo o que resta das poupanças dos portugueses, com um novo produto de dívida pública os novos Certificados do Tesouro (CT).

Resta saber se vale a pena subscrever, o que depende essencialmente de um factor: o prazo com que se pretende investir. Quanto mais longo for, mais interessantes se tornam os Certificados do Tesouro. Na prática, o limite dos cinco anos é decisivo. Caso queira investir num horizonte inferior a esse período, fica mais bem servido se apostar noutros produtos, como os simples e acessíveis depósitos bancários.

"Devido à crise de credibilidade das finanças portuguesas, estamos num período em que o rendimento das Obrigações do Tesouro é muito mais apelativo", afirma António Ribeiro, economista da Deco. "Os Certificados do Tesouro só compensam entre cinco a dez anos, porque passam a render o mesmo que as Obrigações do Tesouro (OT). Até esse prazo, os melhores depósitos conseguem ter rendibilidades mais atractivas."

Os CT nascem assim com o intuito de promover a poupança dos portugueses, ao mesmo tempo que proporcionam uma nova fonte de financiamento ao Estado, com juros mais baixos. Segundo o governo, o objectivo é "promover a poupança de longo prazo dos particulares e dinamizar o mercado de dívida pública". Os CT partem da "democratização do acesso a produtos equivalentes às Obrigações do Tesouro (OT) e Bilhetes de Tesouro (BT)."

Em conclusão, os CT são um produto seguro, indicado para investidores avessos ao risco. Agora, se vai necessitar do capital investido nos próximos cinco anos, os Certificados do Tesouro não lhe serão úteis. Mas se o dinheiro não lhe vai fazer falta durante esse período, podem ser uma boa opção, principalmente quando comparados com outros produtos similares, como os Certificados de Aforro ou os depósitos bancários.

Agora resta saber se dado o esforço acrescido que os portugueses estão a fazer para tentar tapar o buraco das finanças públicas não vislumbrando sequer indícios credíveis de diminuição da despesa por parte do estado, a minha pergunta é: Será que os portugueses estarão ainda pelos ajustes de proporcionar uma nova fonte de financiamento ao Estado com juros mais baixos que os mercados internacionais???

Pois aqui é que se concentra o cerne desta questão que só o tempo e a respectiva adesão aos CT irá responder…


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