26.6.10

No reino Sul-americano 2

Uruguai está nos quartos de final.
Terminou a fase de grupos da Taça do Mundo de futebol e como já tínhamos anunciado as equipas latino-americanas foram os verdadeiros donos da festa.
Entre 7 selecções apuraram-se 6 - Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, México e Paraguai - tantas quanto as representantes do continente europeu que neste caso começaram esta fase do campeonato com 13 formações.
Obviamente que nas equipas Sul americanas militam dos melhores praticantes do globo, muitos deles a jogarem nos melhores clubes europeus e que acabaram de vencer ou ser semi-vencedores dos melhores campeonatos, também vencedores, finalistas ou semifinalistas da Liga dos Campeões, da Liga Europa. Esta tarde, o Uruguai garantiu a passagem aos quartos de final, onde defrontará ou os Estados Unidos ou o Gana.

Esta primeira fase do evento ficou indiscutivelmente marcada pelos escândalos ocorridos no seio da representação francesa que saiu pela porta das traseiras e de cabeça baixa. Os franceses têm boas razões para se sentirem envergonhados com a prestação das suas vedetas, particularmente nas ocorrências de bastidores amplamente noticiadas na melhor média do mundo. A equipa gaulesa já se tinha apurado com um golo irregular feito pela mão de Thierry Henry no último jogo frente à Irlanda. Agora, evidenciaram-se questões políticas no seio da equipa nacional francesa que foram várias vezes tema de notícia na imprensa, entre os adeptos de uma liderança do antigo jogador Zinédine Zidane e os que não têm simpatia por nenhum treinador em especial. É conhecida a importância do lobbie francês na UEFA e Zidane é uma das pedras fundamentais desse grupo, ao contrário do actual seleccionador Raymond Domenech.
Aliás, a importância do futebol na política fica patente no facto do presidente Nicolas Sarkozy ter recebido Thierry Henry (capitão da selecção) após a chegada da África do Sul e, por isso, ter desmarcado uma reunião com as organizações não governamentais (ONG) de desenvolvimento, antes da cimeira do G20. Imagine-se que para o presidente da República francesa é mais importante receber um futebolista que a conjuntura de 2,8 mil milhões de pobres.
Os italianos e dinamarqueses (estes últimos ganharam o grupo de apuramento onde concorreu Portugal) foram outros pesos pesados que abandonaram o Mundial na fase inicial.
José Maria Pignatelli

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