21.6.10

Mundial ao ritmo Sul-americano

A Taça do Mundo de futebol joga-se na África do Sul, mas os verdadeiros donos da festa vieram do continente do lado, da América do Sul. Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, México e Paraguai marcam a diferença. E não se julgue que falamos de quem esteja mais folgado.
Nestas selecções actuam atletas que acabaram de vencer ou ser semi-vencedores dos melhores campeonatos europeus, também vencedores, finalistas ou semifinalistas da Liga dos Campeões, da Liga Europa. Tal qual muitos dos que militam em algumas das equipas que não conseguem mostrar os pergaminhos que têm.
Há mesmo quem acredite que a história se repete ciclicamente e, agora, seja tempo dos latinos americanos discutirem entre si.
A ver vamos se assim é ou não…
Uma coisa é certa, fazem de cada jogo o melhor da vida.
Os argentinos e os uruguaios são os que mais se divertem.
De fora estão já os poderosos franceses e de uma forma conturbada – muito pouco empenho no campo, muitas peripécias menos apropriadas fora dele.
Entre o melhor e o pior está a selecção portuguesa.
Percebe-se que o ambiente não é saudável.
Primeiro, a prematura lesão de Nani que ninguém percebeu.
Seguiram-se as declarações nada felizes do luso-brasileiro Deco após o empate com a Costa do Marfim, criticando as opções do treinador Carlos Queiroz.
Agora, a escassas horas da partida com a Coreia do Norte, a lesão desse mesmo atleta na coxa esquerda ou na direita… Também este detalhe ainda não foi bem concretizado.
Como se isto não bastasse a comitiva lusa teve um assédio de mau humor à chegada à Cidade do Cabo, evitando a todo o custo cruzar-se com os adeptos portugueses.
Chegou ao cúmulo de viajarem no autocarro às escuras e entrar no hotel pela porta do cavalo. Uma falta de respeito, consideraram alguns emigrantes portugueses que estavam ali há horas para ver os jogadores.
Certo é que os nossos 23 seleccionados são dos mais bem pagos neste Mundial – uma diária de 800 euros a contrariar com a média de 280 euros que recebem quase todos os restantes.
Mais uma vez mostramos o que somos: maus gestores dos recursos, com mania das grandezas e sempre a apaparicar meia dúzia de vedetas que raramente estão à altura dos desígnios de uma representação nacional.
Oxalá esteja enganado. Dentro de horas veremos do que são capazes de fazer diante dos Norte Coreanos.
José Maria Pignatelli

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